terça-feira, 11 de março de 2014

Tapete vermelho. Chão quadriculado. Ela.

Estava sentada naquele vaso sanitário há trinta minutos. Cotovelos apoiados nas coxas, mãos segurando a sua cabeça, e o olhar para o chão quadriculado.

Preto.
      Branco.        
                    Azul.

Muitos quadradinhos coloridos girando. Não sabia se giravam pelo efeito da vodca, ácido, saudade, raiva. Carol havia bebido João, e o vomitado há trinta minutos.

1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30.

 15+15= 30

10+10+10= 30

3x10=30

Adorava números. Adorava matemática. Era uma exímia engenheira. Queria ser professora, mas a grana era mais chamativa.  Carol, doce Carol... Era a ovelha branca da família. Mãos delicadas, unhas pintadas sempre com cores divertidas. Sorria sempre...
Antes... Antes, leitor, antes de embriagar-se por João.
Antes... De tatuar o mesmo sol hindu que ele tinha no peito, nas coxas.
Antes, Antes... De ouvir: “Se em cada música que ouço, penso na senhora despida.”
Despiu-se.
Entregou-se.
Resolveu não ser mais antes.
Resolveu experimentar beber, usar drogas ilícitas.
Bebia João, por João.
Fumava João, por João.

João a abandonou. Apenas queria esquecê-lo
Comeu: “ Ana, Rita, Joana, Iracema e Carolina” , por achar que nenhum homem o substituiria, mas pensava baixinho “ comeria o Raul Gil se fosse preciso, para esquecê-lo”
Levantou-se. Lembrou-se de como João beijou Clarice na sua frente.
Pobre Carol, pobre Carol. Achou que o João havia feito isso na tentativa de esquecê-la também. Fez aquele escândalo. João a xingou de prostituta. E era como se sentia. João sempre tinha razão.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Assinado eu

Estou com medo de infinitas possibilidades que passam, esmagam e dilaceram meus pensamentos com simulações cruéis do futuro. E dói tanto ler o que João escreve  por entender o que ele sente. Ah, João! Se eu soubesse o que lhe dizer, o que ME dizer. O que me esquentar?  O frio não me deixa. “ Mas é sempre assim”  Nunca fui de fugir: tô mais é pra “enfrenta(dor)a", tô mais pra guerreira & foda-se o seu não entendimento. Você não teria alma para entender.

Perdeu-se em egoísmo e o ódio cegou, não acreditou na indiferença que é o contrário de toda forma de amor, pois todas as formas são justas.  O que não é justo é o frio  nesses 35º graus  que me cercam. Libertem-me, Deus, Cícero, ou quem estiver me ouvindo, eu, nós, eu nós.

 Talvez essa possa ter sido uma das melhores lições que já aprendi nessa minha curta vida. Não é babaca quem interrompe, quem diz a verdade, quem sente, quem tem anseios, é babaca quem não entende a liberdade do outro, e não aceita as escolhas que podem levar a caminhos diferentes. Quem sente, ah. Quem. Sente. são deles que eu gosto. Quem dá na telha. Quem não avisa: chega. Quem não vai: só volta. Quem não guarda mágoas: só guarda um pedacinho dilacerado que vira verso de amor ou lágrima de madrugada; estória pra contar. Detalhes são só detalhes. O amor está em tudo, tá na alma, gente! Tá na preocupação em ligar antes de dormir, tá no rabisco do ladinho do caderno ao lembrar, tá nas mãos ao sentir. Pode ser um minuto, duas semanas, três meses, mas ele esteve, e está. Ninguém saí da mente, ninguém deixa de existir, todo mundo existe e pode provar, pode gritar. Por que não fazem?  Se libertem, me libertem, liberta esse mundo monstro, cruel. Deixem-me viver, por favor. Deixem-me.


E, por favor, aceitem meu grito ao mundo.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

José

I
09:00

Acordei no meio daqueles lençóis suados e quentes, e eu estava como eles (talvez um pouco pior, é... Eu estava pior).
Tentei me levantar da minha cama. Sem sucesso. Voltei a me deitar. Observei meu teto, ele ainda é fofo. Lembro-me de quando coloquei esse papel de parede, era o único da loja que apresentava alguma personalidade. As flores que o compunham não eram tão pequenas e claras, como a maioria dos papéis de parede que existiam na loja. Enfim, gostei dele. E pelo menos alguma coisa minha não era quebrada e fodida.


II
09:30
“Ah, Dindi, se tu soubesse....”
“Ah, se tu soubesse, não amaria mais ninguém.” Música idiota! Masoquismo idiota! MALDITA MANIA DE QUERER SOFRER e ouvir músicas tristes para me alegrar.

III
10:30
Checar e-mails, tomar um café.
- MEU DEUS! Eu tô horrorosa! Espelho maldoso, você deveria me animar.

IV
13:00

Minha vida é meio pedante, aristocrata, exige muito de mim e eu, como proletária dessa hegemonia agonizante, dou o menos possível. Eu gosto das ruas de São Paulo, da minha livraria na Augusta... Da Gigi, minha árvore amada que eu tenho na fachada, meus livrinhos da Lygia organizados e à minha espera. São esses detalhes como o gosto de cereja que me fazem continuar na labuta da minha vida.

V
15:00
Passo os meus dias assim: rua. Zé, carinha do almoço. Livraria. Tédio. Lygia. Clarice. Machado. Cliente. Sorriso. Casa. Cama. José. José. José. José. Sonho. Lençol. Café. Rua. Zé.

VI
22:00
José. É, como dá para notar é uma parte da minha vida, mas não de uma forma concreta, mas como todas as coisas: mora no meu coração fodido. E vai morar até daqui trezentos anos, ou até que meu espírito sofra falência de amor. Morra de vontade de você, Zé. Você que é meu pequenino, que me aninha, que me dá vontade de colocar um vestido  rosa, de consertar o meu fogão para lhe fazer um bolo, que me torna fraca, mulherzinha.  Você que é. Você que era. Que merda, José!  Que porra! Eu tinha, eu tenho tanto para te dar, cara. Tanto.

VII
02:00
- Roberta, tá acordada?
- Clarice? Que houve?
- Porra, eu não consigo, eu não consigo mais.
- Clarice, caralho... Que horas são? Cara, morreu alguém?
- Morreu, Rô, morreu meu espírito, “me  morri”, Rô.
- Cala a boca, amanhã eu vou aí.
- Traz o disco do Strokes, tá?
- Tá bom.

A Roberta era meu alento. Meu Jack, do Titanic. Daria uma madeira para eu flutuar, teu disco de estimação, teu colo e teu apê... Amava aquela guria e teu cheirinho de paz. Teu abraço com gosto de carinho de mãe, tua erva que era a melhor. ELA era a melhor. Nos conhecemos no Gates, blusinha do Ramones, duas tequilas, é bi? Não. Risos. Strokes? Caralho, Beatles? Te amo, guria! Ah, eu também, fumaça, fumaça, DJ tá louco, cara! Vamos sair daqui. E dali fomos  para a lagoa, para minha casa, interpretamos Hamlet como duas desvairadas e nos jogamos no tapete felpudo da sala. Foi a partir dali que a Rô entrou no meu coração.

VIII
03:00
Durmo.


IX
04:00
Sonhando com o Zé do almoço.


X
05:00

Meu celular toca, um toque que eu não escutava há algumas semanas, o toque do José. José, QUÊ?
Atendo (meio bêbada de sono e apavorada).
- Oi, José, aconteceualgumacoisa?
Disse ofegante.
- Oi, Cla, não, tipo, é. Porra! Como eu te explico? Desculpa o horário, saí do restaurante agora, é... Posso passar aí?
- Sim, pode, querido. Tô aqui.
CLARO, “tô aqui”. Sou uma idiota, idiota, idiota.
- Ok, chego em vinte minutos.

Ok, vamos lá. José: show do Nando Reis, fila quilométrica, Rô, Gil e Carlos. Aproxima-se um cara alto (um metro e oitenta para ser mais exata... sei, pois medimos um dia). Sorriso daqueles que inebriam qualquer mortal.

QUALQUER MORTAL. De homens rústicos até coelhinhos. Ok, talvez homens rústicos possa ser exagero. O que eu quero dizer é que ele é o tipo de cara que você olha e diz “Como faz para respirar mesmo?”. E não é só a beleza de James Dean, é o cabelo enrolado e preto, é o sol hindu na coxa, é seu curso na faculdade. E foi amor, foi amor antes de ser.

-Oi, galera, alguém tem um cigarro?
Todos da minha rodinha olharam para ele.
-Ah, eu tenho.
Respondi.
- Valeu.
E saiu. Pensei que nunca mais o veria, e a vida seguiu normalmente. O Nando já havia cantado cinco músicas, e quando chegou em "All Star Azul" um cara me esbarrou derrubando toda cerveja na minha blusa.
- CARACA.
 Gritei.
- Desculpa, moça! Ah, é você... A menina que me deu o cigarro... Desculpa mesmo!
-  Ok, não tem problema.
E continuou ao meu lado.
- Gosto dessa música.
- Eu também, ela é pura.
Respondi rindo.

Nesse momento, eu não sei bem explicar como aconteceu, mas soando babaquice ou não, eu estava com o meu all star azul e o Nando começou a perguntar umas coisas sobre quem estava de all star e tal, e é claro que umas cinquenta pessoas também estavam, mas o José me pegou no colo, me colocou em teus ombros e gritou feito um louco:
 - Ela! Ela! Ela está!
E me carregou pelo meio da multidão que se abriu para que nós passássemos. Talvez a multidão tenha se dissipado, pois as pessoas ficaram assustadas com o cara, sei lá. Resultado: acabei subindo no palco, o Nando me abraçou e cantou o refrão da música comigo. E todas as pessoas cantaram juntas. Eu, emocionada ao descer do palco dei um abraço tão forte naquele desconhecido & ele retribuiu tão naturalmente que ficamos juntos o resto da noite. Depois fomos para minha casa, ouvimos  Arctic Monkeys, e nos beijamos. Acabamos dormindo junto,s de conchinha, no meu tapete felpudo, e rindo do fato no outro dia pela manhã. Já sei o que você vai dizer: “É culpa do seu tapete felpudo, sua boboca! Tira isso daí”. Mas provavelmente os doentes colocam pó do amor nele, e eu gosto de doentes. 

Tomamos café no Zé , carinha do almoço e depois caminhamos no parque. Conversamos sobre ocupações, vida, amigos, livros, tudo isso entre beijos e carinhos, literalmente entre versos e beijos. Após esses dias nos vimos no boliche, na casa da Rô, Gates, show do Erasmo, minha casa, minha casa, minha casa. E então, na festa da Cecília. Às 23h, José me abraçou e disse: "Valeu, Dindi”. Eu não entendi muito bem o porquê daquilo, mas falei: “De nada”. E continuei conversando com a Rô, ficamos trocando uma ideia e curtindo a música. Até que eu virei minha cabeça. Vi o José, repetindo, o meu José, com a Cecília, íntimos, se abraçando, beijando, caralho! Que beijo! Suspeito que a Rô também tenha visto a cena. Eu fiquei, bom, eu fiquei atordoada, chorei, e saí dali. A Rô foi atrás de mim, mas eu já tinha pego o primeiro taxi que consegui. E naquele banco de trás do taxi, até o caminho da minha casa, eu entendi o porquê do “Valeu”. Chorei a noite toda, crises existenciais  tomaram conta do meu peito baleado por um beijo, um beijo naquela menina com cara de, sei lá, professora do prézinho criada a leite com pêra.

Me joguei na minha caminha quentinha e xinguei José. Acabei dormindo.

Agora, José, depois de três semanas sem aparecer na minha vida. VAI. VIR. AQUI.                              




XI 
06:00
 Apareceu à minha porta aquela escultura milimetricamente perfeita, com um olhar meio cansado e um jeitinho tenso, me abraçou e eu disse:
- Entra pra ver como você deixou o lugar, cuidado que eu mudei de lugar algumas certezas...
- Oi, Cla... Bela música.
 Sorriu e se sentou no meu tapete felpudo com pó de amor e falou:
- Nunca entendi seus lances de crises existenciais e nem porquê você lê Clarice Lispector se claramente    ninguém entende o que aquela louca diz, ou porquê você deu nome para uma árvore e porquê,  bom, porquê você gosta de mim.
Disse tudo isso tão rápido que eu simplesmente respondi:
- Nem eu.
- Cla, ouve, eu não quero mais você, foi por isso que eu beijei a Cecília, por  covardia, por não conseguir dizer isso para você que é uma pessoa tão, caralho, você é foda, Cla.
- Eu realmente gosto de você, José, mas... É, você foi um covarde e, bem, o amor da minha vida é um covarde. Merda!
E começo a chorar. Aquele lance: olhar embaçado, lágrimas caindo, aquela merda.
- Não, Cla, não , porra, não faz isso comigo!
-Saí, José, sai daqui.

E José saiu. E vai sair, vai.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Portão. Chuva. Ela.


1-   Tipuana

Mariane estava parada ao lado do portão da universidade, embaixo de alguns galhos de uma imensa árvore. Adorava aquela árvore, adorava suas folhas que tinham um formato cilíndrico, mas que se pareciam com pequenas listras horizontais. Sua floração era em Novembro, e ela sempre ansiava por aquele momento tão lindo, a árvore florescia tão amarela! Flores tão amarelinhas que pareciam gotinhas de ouro. Todo novembro que se sucedia, desde que começara o seu curso, fotografava o momento em que as belas flores nasciam.  

A pequena garota estava esperando aquela chuva tímida passar, para alcançar o seu ponto de ônibus que se localizava a duas esquinas. A chuva não era muito forte, eram apenas pequenos pingos, quase um chuvisco, mas a nossa doce menina possuía uma agonia terrível de se sentir molhada, e o tempo também não a ajudava, estava muito álgido. Não o suficiente para que ela pegasse um resfriado ao fazer a mistura de chuvisco e frio, mas decidiu esperar.

2-   Carlos

Em sua moto, como um herói de um filme épico qualquer, Carlos chega à porta da universidade. Examina a pequena garota que estava agarrada a uma mochila cinza, vestindo uma blusa com uma estampa divertida. Chegou a conclusão que se tratava de Mariane.  Gelou. É claro que o encontro seria inevitável, afinal, ele não havia procurado outra menina em novos ares, mas não estava preparado. A cumprimentaria?  Indagou-se. Como atravessaria o portão sem ter que falar com ela?

Mariane também havia reconhecido o motoqueiro babaca. Carlos, esse imbecil. O que ele está fazendo aqui? Pensou. Tentava não olhar para ele, mas não conseguia, ele não havia mudado em nada. A mesma jaqueta de couro preta, o mesmo capacete com alguns desenhos engraçados, aquela moto! Maldita moto. Lembrou-se de quando a compraram, foi um dia feliz para ele. E ela queria que esses dias felizes nunca tivessem fim, como o símbolo do infinito. Admirava o talento de nunca ter medo da chuva, de apreciar cada coisinha pequena que o mundo tinha a oferecer, mas odiava o fato contraditório de não apreciá-la 

Carlos acelerou brevemente, e parou ao lado de Mariane. Tirou o capacete lentamente, trocaram um olhar afetuoso, e finalmente palavras.

 -Oi.
- Oi.
- Eu vim para ver Gabriela, sabe onde ela está?
Calhorda, tinha que ser ela?
-Acho que ela ainda está lá dentro.
Sei que está irritada com a pergunta, você não precisa fingir, benzinho.
- A blusa é nova?
Babaca, por que você faz isso?
- Muitas coisas são. Só a playlist depressiva ainda toca Legião.
Dramática, não me interessa mais.
- Esse é o seu problema.
Vai se fuder.
-  Qual?
Cínica.
- Dramatizar.
Você não entende, nunca entendeu.
- Dramatizar o quê?
Sei que queres que eu te aninhe, sei que me deseja ainda, Mariane, mas eu não consigo, você me deixa louco. Não consigo te fazer feliz.
- Tudo.
 - Me poupe, Carlos.
- Não quero brigar com você.
- E nem  deve!
- Certo, então vou até lá.
- Certo.


Olhos cheios de lágrimas,  chuva caindo. Deixou que ele fosse.

domingo, 31 de março de 2013

A volta


I
Invertendo os papéis dessa bobagem
Um dia deixo-lhe, outro quero
Fala que tu volta
Fala que tu não foi
Volta, menina
Não vai não
Não desejo-lhe por nem mesmo sete mares
Dispenso-lhe, por  não querer mais chorar em bares
Me deixa, menina
Não me machuca assim...

II
Vem, menino, vem que meu cabelo tá preto de novo
Vem, que minha boca tá doce
Vem, nego, vem que agora eu sou tudo que você queria que eu fosse
Tudo já foi embora, mas você ficou
A blusa azul ainda está manchada
A blusa vermelha ainda tem seu cheiro
Não me machuca assim...                                               

sábado, 23 de março de 2013

Tulipa

1- Reflexão interna

Perante alguns devaneios em si já enrustidos, resolveu deixar-se. Já não lhe interessava as implicações de tal fuga, apenas quis por um ímpeto momento em que se enxergou internamente sair. Saiu notavelmente bem, já não era frágil ou intocável. A partir da fuga se sentiu mais humana. A partir da fuga se dividiu em duas partes: inocente e promíscua. Inocente se compunha da bagagem do que foi um dia, e até mesmo de algumas experiências adquiridas ao longo de sua vida, principalmente da infância. Já a promíscua era sua nova fase. A fase de crescimento, a fase que à torturava justamente por ser masoquista. A briga interna  era pela consciência do ato impuro e por desrespeito à regras impostas socialmente. Repudiava o novo modo de vida, jamais pensara em trabalhar em um cabaré, mas estava cansada de ser o que todos designavam para ela.

Tulipa sabia que era loucura, sabia que não precisava, mas queria. Achava ela que merecia. Por quê diabos ainda amava Miguel? Queria ter o domínio de esquecê-lo, queria ter a audácia de arrancá-lo de seu peito. 

2- Do outro lado

Miguel se sentia injusto pelo ato desrespeitoso que havia feito com Tulipa. Pensava sozinho: " Justo ela que foi tão amável, segura de si". Miguel já havia rompido o romance com Alice Nunes, simplesmente porque chegou a conclusão que ela era apenas uma válvula de escape. Não por não amar Tulipa, mas porque estava cansado de tal rotina. Cansado de ser tão ruim e Tulipa tão boa, doce, compreensiva. Queria vê-la  não dependente dele, agindo furiosamente com as atitudes que só eram feitas para contrariá-la. 

3- Inicio 

 Entrou naquele prostíbulo imundo e conversou com uma senhora até certo ponto simpática. Pediu para que ela lhe arrumasse um quarto e uma moça de bons dotes. Maristela, a cafetina, odiou Miguel. Achou-lhe um moço petulante e acostumado à dar ordens onde não tinha poder algum, mas ainda assim era um cliente. 

4- Homenagem à Alice

Tulipa estava no quarto pensando em quão divertido era ter um pseudônimo que homenageava a mulher  que lhe causara tanto sofrimento.

5- A espera

O quarto tinha uma luz amarela. Sentou-se na cama macia, e esperou pela meretriz. 

6- A nova fuga
  
Tulipa estava no banheiro  do quarto.  Enxergou Miguel de costas. O coração foi parar na boca, quis sair correndo dali! O quê Miguel estava fazendo ali? Descobrira o seu segredo? "Merda." Pensou Tulipa. 
Engatinhou pela cama, agarrou Miguel por trás e sussurrou em seu ouvido: " Eu vou te dar o teu prazer, mas com amor é mais caro.  É mais caro, Miguel. Diga-me quanto pode pagar ou se pode pagar. 

O último verso foi baseado na canção: "Aos garotos de aluguel" da banda "A banda mais bonita da cidade".  

domingo, 10 de fevereiro de 2013